segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Minha maneira de Orar

No meu peito há um buraco
Nesse buraco uma planta murcha por excesso de água.
Mas demorei tanto para perceber
Que não é da água que tanto rego que ela precisa...
O que ela quer para florescer?

Nunca gostei de plantas.
Mas demorei tanto para perceber
Que não sei cuidar de plantas...

Eu sou, só eu e Deus.
Mas demorei tanto para perceber
Que sempre fomos só nós dois.
Minha voz é o inicio da escrita
Sua voz é o fim do poema...

Mas demorei tanto para perceber
Que basta eu pedir:
Cante à minha'lma
Reanime essa pequena plantinha
Óh, eu te imploro!!

Mas agora eu percebo....
Que como sempre
Ele terminou dentro de mim....
e minha plantinha???
A sinto viva enfim.....

quarta-feira, 10 de junho de 2009

EXERCÍCIO

Não podemos crer no que não acreditamos. Primeiro temos que entender, depois aceitar e só então ter fé incondicional. É como August Cury disse em sua coleção “Análise da inteligência de Cristo”, em um livro que estou degustando pausadamente, para poder aproveitar cada passagem, entende-la o mais profundo possível e ir me acostumando com cada pensamento. Bem, o nome do livro é “O mestre dos mestres” e a passagem é “para ele (Jesus), primeiro deveria se exercer a capacidade de pensar e refletir antes de crer, depois vinha o crer sem duvidar... ” . Isso é brilhante e se tiver realmente sustentado nas coisas que Jesus disse, cara ele é o cara! RS Tem tantas pessoas dizendo que fé é você acreditar em algo que não pode ser explicado, ou então você acreditar loucamente em algo sem precisar explicar o motivo de acreditar naquilo “você simplesmente acredita” e por ai fica a fé, ou então é você acreditar que vai acontecer algo e dizer que sua fé vai proporcionar aquilo. Tanta banalização, como se não bastasse apenas os ensinamentos de Jesus, ainda temos a própria definição atual de fé:

Fé: Adesão absoluta do espírito àquilo que se considera verdadeiro.

É como ele mesmo disse, primeiro você analisa, considera verdadeiro então só depois você crê incondicionalmente e sem dúvida naquilo. E Jesus não ficava por ai apenas, ele usava a própria dúvida para abrir as janelas da inteligência e penso eu que também para construir certezas. Ai reside uma questão interessante e rica, porém são poucas as pessoas que tiram proveito dela: a dúvida! A dúvida é o princípio da certeza... Se eu tivesse lutado contra um quinto de minhas dúvidas até tê-las transformado em princípios de certezas, tenho certeza, rs que eu não bateria sempre nas mesmas teclas, como a maioria de nós fazemos. Somos preguiçosos, nos acomodamos com o pensamento de que solucionaremos aquela dúvida em outras oportunidades. E não estranhe, tenho certeza que você faz isso. Um exemplo bem simples é quando vamos ler um texto, são poucas as pessoas que ao esbarrarem em uma palavra não conhecida vão ao dicionário e as compreendem. Quase ninguém faz isso, pois na maioria das vezes conseguimos passar para frente e entender o sentido geral da frase, mesmo sem aquela palavra. Fazemos isso com nossas dúvidas no dia a dia e até em crises existenciais. É mais cômodo deixar para pensar naquele ponto outro dia, pois estamos muito ocupados para parar e pensar em por que aquilo que nos incomoda está nos incomodando. E assim passamos para o próximo capitulo de nossas vidas, pois conseguimos seguir, mesmo sem pensar se o que fazemos é certo. E para tampar aquela dúvida, que é como se fosse um buraco na parede, colocamos um quadro. É mais cômodo olhar para o quadro do que para o buraco. Mas existem pessoas que se perturbam com aquele quadro, não pelo quadro em si, mas por que sabem que atrás dele existe um buraco e elas procuram a melhor argamassa para tamparem aquele buraco. Essas pessoas eu considero filosofas. Elas sim são a elite. Aventuram-se em cada dúvida, descobrem um mundo novo e pintam a parede toda, mudando até o curso de suas vidas em função dessas descobertas. Percorrendo assim uma parte da infinidade do ser humano. Sim, de ser humano.

Para exemplificar um pouco mais, eu sei que não é preciso, pois está tudo muito claro. Mas o meu objetivo aqui é te levar a se analisar, ver se o que você está fazendo condiz com o que você diz, se vai de encontro com seus ideais e com suas crenças. Exemplo; eu. Sim, eu. rsrs Euzinha e eu mesmo. Eu vivi num mundo superficial por três anos. Valorizava beleza, sensualidade, comida, sexo, dinheiro, profissão, competitividade, mordomia, provas e por assim ia... Percebi só agora que eu valorizava coisas sem sentido, como essas ai, que são sinônimos dos tão conhecidos sete pecados capitais: vaidade, inveja, gula, luxúria, avareza, orgulho, ira, preguiça. Mito ou não, os sete pecados são vistos como problemas de saúde. E mesmo assim, não me preocupei, tava tão bom... Quando me incomodava um pouco, como por exemplo: “por que estou usando uma blusa tão decotada?”, eu passava por cima, tirava aquele pensamento da cabeça pois eu me sentia a mulher mais linda do mundo, com todos aqueles homens me olhando. Nossa e o tanto que é bom comer tudo que quisermos... mas de vez em quando vinha um sentimento de que tinham pessoas passando fome enquanto eu estava jogando comida no lixo, por não dar conta de comer tudo. E olha que eu nem pensava nos animais que morreriam com aquela atitude. E quando somos o melhor da sala?? Caracoles!!! Não preciso nem comentar. Mas e todos os colegas que deixei de ajudar, por pensar que iriam me atrapalhar? Talvez se eu tivesse ajudado a um deles durante umas três horas, eu teria tirado seis ao invés de dez, se eu o tivesse ajudado ele poderia ter tirado cinco ao invés de três e passado de ano... Mas estava tão cômodo e tão gostoso que preferi passar por cima. Era bom de mais. Mas eu acordei, sim, percebi que viver assim não é viver, é um mundo surreal que criamos para não precisarmos nos preocupar, são quadros que pregamos em nossas paredes. Preferimos viver no sonho do que encararmos face a face o que é a própria vida. Meu medo é que você só vá perceber no fim da sua vida o que estou te dizendo... E quando olhar para trás pensar: “consegui, tenho um carro, uma boa casa, apartamentos, uma fazenda, uma empresa, filhos, esposa. E eu? O que sou? Pra onde vai isso tudo que construi? E todas as pessoas que fui obrigado a passar por cima? E Deus? Por que ele não falou comigo ainda? O que eu sou para ele? Quem eu sou? ” e mais todas aquelas duvidas que você nunca parou para pensar por que estava sempre sem tempo e na velhice o sentimento é de que você não tem mais tempo... Ah, e para aqueles que não terão essas duvidas ou pensam que não vão tê-las, eu tenho dó, por que vivem e viverão sonhando...

E ai você me pergunta, e os filósofos? Eles não terão duvidas quando velhos também? E eu vos respondo; sim, eu acho que sim, não sou filosofa velha para responder, mas eu quero fazer perguntas sim, mas quero que minhas perguntas sejam mais profundas do que “o que vou fazer com minha herança”, quero perguntar sobre coisas que nem imagino agora, pois estarei num estado de espírito tão evoluído que nem posso imaginar quais serão minhas dúvidas. Mas tenho certeza absoluta que serão mais profundas do que eu posso imaginar nesse instante... E você, quais serão suas duvidas? Você terá duvidas? Prefere ficar olhando para um quadro com um buraco atrás ou para um buraco sendo tampado? Com as duvidas meus caros, vem as certezas e com as certezas vem a fé e com a fé... Como eu terminarei essa frase? Deixo para vocês exercitarem.

Terça-feira 09 de junho de 2009

Aihpos